Fundo desfocado

É claro que se pode desfocar o fundo das fotografias usando o Photoshop. Mas esse é o caminho mais difícil, demorado e cujos resultados ficam menos satisfatórios; vou explicar aqui como conseguir esse efeito – que é basicamente uma marca da fotografia profissional. Lembre-se: para ter controle total sobre esse efeito é preciso ter uma câmera que permita configurações manuais e conhecer o básico sobre a profundidade de campo.

O que é o fundo desfocado?

Aquela parte da foto toda desfocada na realidade pode ser chamada de bokehbokeh sem ter nada em foco (a imagem é resultado dos borrões) mas neste artigo vamos tocar em um ponto principal: queremos um assunto em foco e o fundo desfocado

1. Distância focal

Quanto maior a distância focal de uma lente, ou seja, quanto menor o ângulo que a lente alcança, menor será a distância focal. Isso faz com que focalizar no nosso assunto com uma grande angular produza menos desfoque do que focalizar nosso assunto com uma teleobjetiva.

2. Distância entre assunto e lente

Quanto mais próximos estamos do assunto fotografado menor será a profundidade de campo. É por isso que macrofotografia tem um DOF muito curto: estamos muito perto do assunto. Quanto mais próximo estiver do assunto, mais desfocado ficará o fundo.

3. Abertura de diafragma

A abertura do diafragma também é um ponto muito importante no momento de desfocar o fundo. Se estivermos a usar uma abertura de f/1.4 o fundo ficará muito mais desfocado do que se estivermos a usar uma abertura de f/11. É claro que só ficará em foco o assunto onde estamos a focar, sempre. A diferença é que com uma abertura maior o fundo irá ficar mais desfocado ainda do que usando uma abertura menor.

4. Distância entre assunto e fundo

Naturalmente a distância entre o assunto e o fundo também faz uma grande diferença. Quanto mais longe o fundo estiver das áreas aceitáveis de foco da profundidade de campo mais desfocado ele ficará!

Na prática…

…nem sempre é possível usar todas as técnicas. Quando se está a usar uma teleobjetiva para um retrato vai ser difícil chegar muito perto para conseguir os enquadramentos necessários, por exemplo. Mas seguindo alguns desses itens já é possível ter uma profundidade de campo que irá resultar em belos e verdadeiros desfoques!

—

Esse é um dos efeitos da fotografia impossível de se reproduzir na pós-produção, o que deixa ele mais dependente da técnica de quem está fotografando =) Além de retratos e macrofotografia é também óptimo para criar efeitos criativos.

Fotos de comida

Já viu com certeza aquelas fotos do McDonald’s e achou um absurdo quando viu a sanduíche na realidade. O que se passa é que a fotografia de alimentos não existe para mostrar a verdadeira aparência dele e sim transmitir a sensação de quando saboreamos aquele alimento. Nesse caso as fotos do McDonald’s são um exemplo, e fazem todo o sentido, certo?

Pensando nisso, e porque já fiz alguns trabalhos nesta área, por sinal muito interessantes, e em que aprendi imenso, decidi deixar aqui alguns "truques".

Equipamento para fotografar comida

Câmera

Qualquer SLR serve. Não é necessário ter uma topo de gama para fotografar comida.

Lente

Para criar aquele efeito magnífico de profundidade (com um DOF curto) é interessante ter uma lente clara, entre 1.8 e 2.8. Na minha opinião ser uma lente macro não é essencial, afinal pode-se tirar a foto de longe com uma tele ou mesmo aproximar depois na pós-produção. O importante é que seja uma lente de qualidade e bem nítida.

Uma lente bem barata e que faz milagres é uma 50mm 1.8. Assim não precisa se aproximar tanto e a abertura vai possibilitar utilizar bastante iluminação ambiente, além de criar aquele DOF que dá o efeito. Também existem opções no mercado de lentes mais tele como 85mm ou Zoom. Eu utilizo uma Canon 50mm 1.8 e uma Sigma 24-70mm 2.8.

Iluminação

Se você não tiver flash a luz natural pode ser o suficiente. Mas o inconveniente de depender de luz natural é que só vai poder fotografar de dia… exemplo de foto utilizando luz natural:

A “luz da lâmpada” também poderia ser considerada “luz natural”, mas ela é mais fraca e precisará deixar as configurações muito apuradas para que fique nítido.

Evite sempre usar o flash embutido da câmera. Utilizar um ou mais flashes externos é o ideal: para um efeito suave use sombrinhas ou difusores. Ao usar flash diminua a intensidade para poder usar a abertura mais ampla. Se possível aposte na luz contínua.

Abaixo um exemplo de foto utilizando luz contínua, sem difusores:

Como você pode ver no setup desta foto não utilizei nenhum difusor, por isso as sombras estão duras:

Mas não precisa ter um estúdio para fazer a foto. a própria cozinha é excelente; Veja a foto abaixo:

Como pode vêr no setup abaixo usei o flash com rebatedor, uma parte da luz foi para o fundo e a outra preencheu a iluminação do prato:

Se o interessante da comida for sua textura é interessante manter uma luz mais direccional.

Tripé

Ter um tripé é bastante interessante, principalmente se estiver a utilizar luz natural. Para aproveitá-la mais terá que usar uma velocidade mais baixa e para conseguir uma foto nítida será essencial utilizar um tripé. Se não tiver um tripé lembre-se de usar velocidades mais altas, pois fa otografia de comida não é nada se não estiver nítida.

Configurações do equipamento

Repetindo: fotografia de comida não é nada se não estiver nítida. Então tente manter as configurações formatadas de forma que consiga aproveitar a luz mas mantenha a nitidez.

ISO: Use o ISO mais baixo possível. Usar ISO alto faz a imagem ficar mais granulada e com menos contraste.

Abertura: Controle a abertura para que seja possível manter um DOF interessante. Se quiser deixar mais alimentos em foco feche um bocadinho, se quiser somente uma parte em foco deixe na máxima abertura a sua lente; pode “melhorar” esse efeito de profundidade na pós-produção caso não tenha uma lente muito clara.

Velocidade: de acordo com os dois itens acima calcule a velocidade necessária para uma exposição correcta. Se for muito baixa (em média abaixo de 1/100, mas depende da distância focal) use um tripé.

E lembre-se: sempre que possível fotografe em RAW.

Fotografar relâmpagos

Ponte de Lima, Portugal

É muito fácil fotografar relâmpagos com escuridão quase total ou total se a máquina tiver modo manual para exposição e a função Bulb e suportar um comando remoto.

Deixo aqui a dica não vá acontecer que alguns de vocês até tenham essa funcionalidade e não a saibam usar nestes casos. Ou que algum de vocês esteja para comprar uma máquina e não repare na inexistência desta função muito útil.

O modo BULB serve para exposições prolongadas, deixando o obturador aberto o tempo que quisermos, ou até um determinado máximo nalgumas máquinas, 30 segundos por exemplo.

1) Colocar a máquina num tripé ou poisada num local estável
2) Focagem manual no infinito
2) Colocar a exposição em modo manual e bulb
3) Usar um cabo ou controlo remoto.
4) Premir o botão no comando (abre o obturador) e deixar premido até surgir um raio. Quando surgir largar o botão, fechando assim o obturador.
5) Se até 30 segundos (*) não surgir nenhum raio, desistir e começar de novo com uma nova foto.

(*) Os 30 segundos dependem da iluminação disponível. Se for alguma, 30 segundos pode ser demasiado, e tentam então com menos. Tem sempre que se fazer uma série de testes e experiências até encontrar o tempo máximo correcto para a iluminação disponivel. Se o tempo for demasiado, uma cidade com muitas luzes por exemplo, a fotografia ficará "queimada" com demasiada luz. Mas até determinado ponto, conseguem fotografias muito interessantes com os raios e as luzes da cidade a servirem de fundo. É tudo uma questão de testes e experiências. Se a luz for demasiada, e só suportariam 5 segundos por exemplo, é melhor desistirem e procurarem um local mais escuro, pois de 5 em 5 segundos é preciso ter muita paciência para estarem sempre a repetir, a não ser que a trovoada seja das violentas.

Se a vossa máquina digital tiver selecção de ISO e/ou Noise Reduction, experimentem também diferentes valores até obterem o melhor resultado.


Fotografar raios de dia

Fotografar raios de dia já é outra história. Muito mais dificil. Aqui tem que se ter uma boa máquina.
O segredo é a máquina ter elevadas velocidades de disparo e uma grande velocidade de resposta quando premimos o botão.
E ter sobretudo a capacidade de tirar uma sequência rápida de várias fotografias consecutivas só com um disparo. Qualquer dessas SLR's digitais mais recentes na ordem dos 1000€ faz isso.

Modo de prioridade à exposição

Portofino, Itália, Dezembro de 2008

Modo de Prioridade de Exposição

Este modo tal como o nome indica está relacionado com o tempo de exposição. Neste modo podemos escolher livremente qual o tempo de exposição desejado e ao focarmos a nossa imagem, a máquina fotográfica vai calcular qual a abertura necessária para compensar o tempo de exposição que escolhemos.

É também possível alterar a compensação de exposição, os valores da ISO, balanços de brancos, etc.... Tudo menos os valores da abertura.

Este modo é bom quando estamos a tirar fotografias a objectos com movimento, podemos assim escolher que tipo de efeito queremos, queremos que o objecto apareça tipo arrasto (escolhendo um tempo de exposição mais alto) ou que o objecto pareça parado (quando escolhemos um tempo de exposição mais baixo).

Há quem goste de tirar fotografias a paisagens com grandes tempos de exposição, não só pelos objectos que estão ou aparecem ficarem em movimento mas como alguns especialistas dizem que altas exposições de paisagens revela outras tonalidades e cores...

O que acontece na máquina fotográfica quando usamos este modo:

• Podemos escolher livremente o tempo de exposição da imagem e a máquina calcula automaticamente qual o melhor valor de abertura para o tempo de exposição que escolhemos. Podemos também alterar qualquer outro parâmetro da máquina fotográfica, desde a compensação de exposição, o valor de ISO que queremos, o valor do balanço de brancos, etc... Digamos que a única coisa que é calculada e que não podemos mexer é o valor da abertura.

Contras:

• Como não podemos escolher a abertura pode ser difícil de mantermos o tempo de exposição que queremos se também temos interesse na nitidez do fundo da imagem ou não.

21 Dicas

Cidade de Florença, Itália - Agosto de 2009

Tire fotografias digitais melhores
Com alguns truques simples, todos nós conseguimos tirar melhores fotografias digitais

1 Mantenha a máquina à mão - As oportunidades para tirar boas fotografias acontecem quando menos se espera. Por isso, tente ter sempre a sua máquina à mão; por norma, a minha anda sempre comigo.

2 Pacote de cartões - Com a descida nos preços dos cartões de memória, vale a pena comprar um para reserva, especialmente se for para férias.

3 Partilhe as suas fotografias - Pode partilhar as suas fotos on-line sem precisar de pagar nada.

4 Focagem - Cenas com falta de contraste podem causar problemas ao sistema de focagem automática da sua câmara. Se isto acontecer, pressione ligeiramente o botão de disparo e foque-se num objecto que esteja a meia distância. Depois, mantendo uma ligeira pressão no botão, recomponha a sua fotografia.

5 Profundidade de campo - Se uma paisagem tiver pouca iluminação, a sua câmara irá seleccionar automaticamente uma abertura mais larga, o que significa que terá uma profundidade de campo pouco acentuada. Isto significa que os objectos que estão mais perto e mais afastados do ponto de focagem ideal ficarão desfocados. Para minimizar os estragos, foque um objecto a meio caminho entre os objectos que pretende manter nítidos, usando o método da dica 1.

6 Boa definição - Outro dos problemas inerentes às condições de pouca iluminação (se não estiver a usar flash) é que as velocidades de disparo serão mais demoradas, dando oportunidade à câmara de tremer. Pequenos movimentos da câmara, enquanto as suas mãos tremem durante o acto de fotografar, resultam em imagens desfocadas que se tornam mais evidentes com níveis de zoom mais elevados. Coloque a câmara sobre algo sólido ou use um tripé.

7 Fotografias em acção - Se está a tentar captar alvos em movimento para a sua fotografia, "prepare" a câmara ao seguir os seus movimentos antes, durante e ligeiramente depois de largar o botão de disparo. Isto irá manter o objecto bem definido enquanto desfoca o fundo para adicionar impacte.

8 Aproximação - Se pretende fotografar algo pequeno, veja se a sua câmara possui um modo "macro". Este irá permitir-lhe preencher a imagem com pequenos objectos enquanto os mantém bem focados. Tente colocá-los num pedaço de papel liso para conseguir cortar as imagens posteriormente.

9 Melhor iluminação - Para obter melhores contraste e detalhe, o ideal é manter a principal fonte de luz por trás de si. Ao fazê-lo de forma diagonal pode adicionar sombras interessantes à cena.

10 Lens flare (brilho da lente) - Se tiver de fotografar contra a luz, pode obter blocos de cores na fotografia, conhecidos por "lens flare". Uma vez que as câmaras digitais não possuem lentes de protecção, tente proteger as lentes da luz com a sua mão, mas tenha cuidado para não a apanhar na fotografia.

11 Simplicidade - As composições simples revelam ser as fotografias com maior impacte. Tente que a cena fique simples, usando o zoom sobre o que é mais interessante ou ajustando o seu campo de visão para compor a fotografia.

12 Vida da bateria mais longa - O painel LCD é o inimigo número um do tempo de vida da bateria. Mantenha o painel desligado, a não ser que precise mesmo dele. Também pode acontecer que as baterias que parecem estar em condições fiquem de um momento para o outro gastas devido ao frio. Traga consigo algumas substitutas, ou compre um punho, e assim passará a dispôr sempre de alternativas mais adequadas a locais em que seja dificil carregar as suas baterias.

13 Tire sempre as suas fotografias na resolução máxima da máquina, já que há imensos programas para convertê-las para outra definição caso necessite enviá-las por mail, ou usá-las na web; lembre-se, nunca sabe quando terá uma boa imagem que poderá vir a ser usada noutro tipo de aplicações um destes dias; imagine que fotografou uma paisagem fantástica, ou que tirou uma foto espectacular ao seu/sua filha, ou família: poderá vir a fazer um poster gigante para a sua sala, por exemplo, sobre um suporte de PVC; caso necessite de mais informações sobre isto, consulte-me visto que trabalho nesta área, e poderei ajudar na procura das melhores soluções.

14 Se puder, fotografe sempre em RAW;( falarei noutro post sobre o RAW; poderá fazer a conversão nos programas que vêm com a máquina, isto para as SLR digitai, claro; em todo o caso, se fotografar em JPEG, use sempre a resolução máxima;

15 Olhos vermelhos - Os olhos vermelhos demoníacos são causados pelo flash. Um modo de flash para olhos vermelhos pode reduzir o efeito ao lançar flashes antes da fotografia, de forma a captar a íris do sujeito a ser fotografado.

16 Se não tiver um botão disparador, e estiver a usar tripé, use o modo "temporizador" para fotografar; evita assim qualquer leve tremura ao carregar no botão.

18 Brancos - Tal como podia usar diferentes tipos de filmes para a iluminação de dia e para a iluminação de interiores, a sua câmara digital possui uma série de definições para equilibrar os brancos. Normalmente, o equilíbrio automático dos brancos é suficiente, mas algumas câmaras têm opções para condições de luminosidade diferentes; explore-as

19 Modifique a sua velocidade - Numa máquina convencional, pode usar filmes de velocidades diferentes para condições diferentes. Por exemplo, o filme 400ASA é excelente para dias nublados, enquanto o 100ASA se aplica melhor a um sol brilhante. Repare se a sua câmara digital lhe oferece opções de velocidade semelhantes para optimizar a exposição - pode ser que sim, em todo o caso lembre-se sempre: quanto maior fôr o ISO, mais "grão" aparecerá na foto; eu por norma, uso sempre ISO 100, mas são opções.

20 Visor enevoado - Se as imagens ficarem sempre nubladas através do visor da sua câmara, pode dever-se isso ao facto de a definição de dioptria não ser adequada para os seus olhos. Veja se existe algo para ajustar ou, se não, verifique se existe um anexo óptico disponível.

21 De preferência, fotografe SEMPRE em modo manual, ou seja, no programa "M" da sua máquina; permite-lhe obter o tão desejado domínio na arte de fotografar; não tenha medo de errar, use e abuse até achar que o resultado lhe agrada;

Porquê...

Chamo-me Rui Cruz, moro na Torreira, na região de Aveiro, e sou entre muitas outras coisas um apaixonado por fotografia, nomeadamente de paisagem, e concretamente sobre Aveiro.

Já tive a oportunidade até à data, de ter viajado por 22 países que me deram também muito prazer de os fotografar; faço com alguma regularidade fotografias muito técnicas para serem usadas na minha actividade profissional; destaco alguns desafios muito interessantes que me surgiram, nomeadamente fotografias de pratos de comida para ementas, bebidas, chocolates , bolos, material escolar, e fotos com modelos femininos e masculinos em diversos ambientes para produções publicitárias.

Em todo o caso, e apesar de retirar muito prazer e imensos ensinamentos neste género de serviços, do que eu gosto mesmo e que me dá um prazer especial é fotografar a região de Aveiro e tudo o que tenha a vêr com a sua paisagem natural e urbana.

Decidi criar este blogue com o objectivo de ajudar todos os que quiserem melhorar a técnica da fotografia profissional; sempre que puder, deixarei aqui além de fotos da minha autoria, técnicas detalhadas e conselhos sempre úteis para quem queira ir mais além na arte de fotografar.

Espero ser útil, e desde já agradeço qualquer sugestão, comentário, ou mesmo uma foto que queiram vêr partilhada e que achem que tem qualidade para ser aqui postada; o tema é livre, e se eu achar que a mesma se enquadra dentro de alguns parâmetros quer de carácter técnico, quer de composição, publicarei-a aqui com todo o gosto; se quiserem e (souberem) agradeço que facultem elementos técnicos, tais como velocidade de disparo, abertura usada, uso de tripé ou não, e local.

Boas fotos para quem faz desta arte uma paixão, e façam o favor de partilhar...